O que é CDB e CDI
Nesse artigo explicaremos detalhadamente quais os significados das siglas, quanto rende o investimento, impostos e tudo mais! Acompanhe:
7/5/2025
CDI e CDB: Desvendando as Siglas do Mercado Financeiro Brasileiro
No universo dos investimentos e das finanças no Brasil, duas siglas são onipresentes e fundamentais para a compreensão da dinâmica do mercado: CDI e CDB. Embora frequentemente mencionadas em conjunto, representam conceitos distintos, mas interligados. O CDI é uma taxa de referência, um termômetro da economia, enquanto o CDB é um produto de investimento oferecido pelos bancos. Entender a fundo cada um deles é o primeiro passo para quem busca rentabilizar seu dinheiro com segurança e consciência.
CDI: A Taxa dos Bancos que Baliza o Mercado
O CDI, sigla para Certificado de Depósito Interbancário, não é um investimento acessível a pessoas físicas. Trata-se de uma taxa de juros que reflete o custo dos empréstimos de curtíssimo prazo (geralmente de um dia) que os bancos realizam entre si para fechar o caixa diário no positivo, uma exigência do Banco Central.
Como funciona e como é calculada?
Diariamente, algumas instituições financeiras terminam o dia com excesso de recursos, enquanto outras necessitam de capital para equilibrar suas contas. Para resolver essa questão de liquidez, os bancos com sobras emprestam dinheiro àqueles que precisam. A taxa média de juros praticada nessas operações interbancárias, registradas e calculadas pela B3 (a bolsa de valores brasileira), origina a taxa DI, popularmente conhecida como taxa do CDI.
Essa taxa é expressa em termos anuais, mas possui uma versão diária. Por ser uma operação de baixíssimo risco (entre bancos) e de curtíssimo prazo, a taxa do CDI acompanha de muito perto a taxa básica de juros da economia, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Geralmente, o CDI fica ligeiramente abaixo da Selic.
Qual a sua importância?
A principal função do CDI para o investidor comum é servir como o principal benchmark (índice de referência) para uma vasta gama de investimentos de renda fixa. A rentabilidade de diversos produtos financeiros é expressa como um percentual do CDI, como por exemplo, "render 100% do CDI". Isso significa que o investimento terá um rendimento muito próximo à variação dessa taxa no período.
CDB: Emprestando Dinheiro ao Banco em Troca de Juros
O CDB, ou Certificado de Depósito Bancário, é um título de renda fixa emitido por bancos com o objetivo de captar recursos. Ao investir em um CDB, o investidor está, na prática, "emprestando" dinheiro para a instituição financeira e, em troca, recebe o valor aplicado acrescido de juros em uma data de vencimento pré-estabelecida.
Esses recursos captados pelos bancos são utilizados para financiar suas diversas atividades, como a concessão de crédito para outros clientes, sejam pessoas físicas ou empresas.
A Relação Intrínseca com o CDI
A conexão entre CDB e CDI se dá principalmente na modalidade de CDB mais comum no mercado: a pós-fixada. Nesses casos, a rentabilidade do título está atrelada a um indicador, que na esmagadora maioria das vezes é a taxa do CDI. Assim, um CDB pode oferecer, por exemplo, 100%, 110% ou até mais de 120% do CDI, dependendo do porte do banco emissor e do prazo do investimento.
Tipos de CDB
Existem três principais tipos de CDBs, que se diferenciam pela forma como a rentabilidade é calculada:
CDB Pós-fixado: Como mencionado, sua rentabilidade segue a variação de um indicador, geralmente o CDI. O investidor sabe qual o percentual que receberá em relação ao indicador, mas o valor final do rendimento só será conhecido no vencimento da aplicação, pois a taxa DI varia diariamente. É o tipo mais comum e indicado para quem busca acompanhar as tendências da taxa de juros.
CDB Prefixado: Nesta modalidade, a taxa de juros é definida no momento da aplicação. Por exemplo, 8% ao ano. O investidor sabe exatamente quanto seu dinheiro irá render se mantiver o investimento até a data de vencimento. É ideal para cenários de queda de juros, pois garante uma taxa mais alta.
CDB Híbrido: Mescla características dos prefixados e pós-fixados. Geralmente, oferece uma parte da rentabilidade como uma taxa fixa mais a variação de um índice de inflação, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Um exemplo seria um CDB que rende "IPCA + 5% ao ano". Este tipo de investimento protege o poder de compra do investidor contra a inflação e ainda garante um ganho real.
Tributação e Segurança
Os rendimentos dos CDBs são tributados pelo Imposto de Renda (IR), seguindo uma tabela regressiva. Quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado, menor será a alíquota de imposto, incidindo apenas sobre os rendimentos:
Até 180 dias: 22,5%
De 181 a 360 dias: 20%
De 361 a 720 dias: 17,5%
Acima de 720 dias: 15%
Além do IR, há a incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para resgates realizados em menos de 30 dias após a aplicação. A alíquota também é regressiva, começando em 96% no primeiro dia e chegando a zero no 30º dia.
Em termos de segurança, os CDBs contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Isso significa que, em caso de falência do banco emissor, o FGC garante o ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira, com um teto global de R$ 1 milhão a cada quatro anos. Essa garantia confere uma grande segurança a este tipo de investimento.
Em resumo, enquanto o CDI é a bússola que orienta a rentabilidade de grande parte da renda fixa, o CDB é o veículo que permite ao investidor navegar por essas águas, emprestando seu dinheiro aos bancos e obtendo rendimentos atrativos e com diferentes níveis de previsibilidade e risco.